prATO DE mÚSicA
(Daiane Portela)
Não sei dizer,
Desde sempre esteve ali...
Eu ouvia o tilintar de algum metal,
E me esquecia da fome,
Que imperava no armário.
Foi assim,
Aquela melodia, entrava dentro de mim,
Me possuía, me invadia...
E então remédio, era como se fosse.
Adormecia o estômago,
E eu, reles trapo de gente,
Me sentia uma donzela,
Ao tocar o instrumento,
Tão suave e estridente,
Que curava tal mazela.
Nunca fui de repertório,
Muito menos estudar,
Mas por mais bizarro que pareça,
O destaque sempre foi,
O revés do almejar.
Lembro-me,
Melodicamente,
Do dia em que
Não pude pagar,
Por uma opinião maestral.
Pois veio então,
Nobre mentor,
Que tirou-me o horror,
E me deu a esperança,
De a salvação herdar.
E de quarenta cabeças,
Fui eu a lisonjeada,
Com o talento promissor,
De que nem sabia o significado.
Mas gostava da palavra.
E assim de fino modo, minha fome sonora saciei.
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