(José Eduardo Mendonça)
Os sulcos quando você franze a testa.
Tuas mãos.
O bater de cílios que faz ventar a folha de papel onde eu tentei
em vão escrever um poema.
Teus pés inertes e incomodados.
Tuas mãos que sempre espalham pelas mesas lacres de cigarros,
palitos de fósforo e uma tristeza funda vinda de alguém
...
que nem sequer é triste.
Teus lábios que abraçam a beira de um copo.
A gola de teus improvisados agasalhos.
Teu pescoço comprido como um quadro de Modigliani.
Teu olhar comprido como o mundo e além dele.
Tudo que eu não digo.
Tudo que eu não tenho mais como dizer.
Teus lábios que abraçam a beira de um copo.
A gola de teus improvisados agasalhos.
Teu pescoço comprido como um quadro de Modigliani.
Teu olhar comprido como o mundo e além dele.
Tudo que eu não digo.
Tudo que eu não tenho mais como dizer.
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