DESPEDIDA
(Éric Meireles de Andrade)
Todas as despedidas
São sempre as mesmas...
Olhos findos, rumando
Para outros portos nus.
Onde choramos lágrimas,
Dizemos tropegamente
O derradeiro e sinistro: “Eu te amo!”
(O amor se afasta de mais uma casa)...
Não nos apegamos mais nas coloridas flores,
Pensamos na ansiedade no fio de luz
E iluminar saídas estéreis e sem firmamento.
Todas as despedidas são iguais.
Ao cabelo armado de resistências
De gozos não ouvidos (nem sentidos).
Os retratos na penteadeira,
Transformam-se noutras perspectivas.
E está aí a vida
Para nos jogarmos num escuro
Beco de mudanças.
Tudo termina, começamos novamente
Para surpresos acasos
De delícias e perturbações.
Todas as despedidas renascem,
Mas são sempre as mesmas:
Os relógios estão em fusos distintos,
Morremos para outro dia,
E traímos nossas sólidas questões.
Com certezas descabidas
No preâmbulo de noites-dia
De pura desolação e descontentamento...
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