XÊNIA
(Éric Meireles de Andrade)
Tanta coisa poderíamos fazer...
Um tapa e um grito a cada dia
Fazia-lhe matriarca quixotesca
De elos e responsabilidades impostas.
De menina rancorosa,
Transforma-se em mãe
Com sorriso de mulher ansiosa.
Que adora prosa,
Mas se afeta com lástimas castelhanas.
O que mais admiro,
É que de mestra em salão de dança,
Rompe como medo de trovoadas.
Chora quando faz nosso pão,
Que é santo e sobrevive até as frestas de tesouro.
Mulher corajosa,
Carrega sempre ao peito
Amor de passados orgulhosos
E ainda briga com as mesmas facas,
Que afiadas apresenta sua imperiosidade.
De lagarta-bruxa se transforma
Em borboleta voadora,
Sobrevoa o mar em celo de Pégasus.
Em asas de Ícaro grego,
Reza a ladainha de s. Lucca judeu
(Assim, me ensina que dialética,
São suas mudanças planejadas).
Em dias de cimento,
Sua sensatez qualifica minh’alma,
Pois você é minha irmã,
Semideusa dos mitos da loucura
Matriarca de família inórbita,
Mulher de desejos quiçá alcançados,
E mãe de duas gerações de homens...
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