Gravura em Grafite, de Alexandre Rauh. |
HOMEM URBANO
Cercado de cima a baixo,
De lado a lado,
Vivo preso entre um encaixo.
Povoações de concreto -
Armado!
Esqueleto decrepto.
Tanta gente vai e volta.
Me sinto, a escoria
De um mundo mudo sem revolta.
Vem e vai. Some!
Uma coisa simplória:
De ouvidos tenho fome.
Me sinto sozinho.
Quero dizer. Pena!
Ninguém quer escutar.
Para que tanta cera?!...
Deviam me deixar só.
E não mais voltar!
De uma só vez!
Para do medo-solidão não restar pó.
De que adianta pesar,
Viverem comigo...
E não me notar?!
Me olham tão frio,
Sobre olhos em redes:
Num semblante perigo.
Estou falando com as paredes?!
Alexandre Rauh
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