POSSE
Tenho a terrível sensação de te possuir.
Preso aos olhos e ao corpo. Apenas isso!
Triste dos que, como eu, se enganam crendo em ter.
Um dia, quem sabe? Acredito!
Pensando bem, nem sei se me vale te querer.
Tanto te quis e, do pouco, te provei,
que estou aprendendo a ser forte.
Cuidadoso com as minhas insanas divagações.
Me curando lentamente das muitas feridas.
Invento e reinvento, amiúde, as dúvidas e decisões adiadas.
Rechaçadas numa única vontade e na esperada decepção.
Possuo-te como água na hora da sede
Efêmero, entra pela boca e sai pela uretra.
Amarelado e fétido.
Não te tenho pelo tempo que eu quero, nele você manda.
Tomo seu físico e não tua alma.
Alma que já tentei por várias vezes penetrar
Quebrar a barreira, que é de aço.
E o fogo que te queima e que me enche de ardor não passa
de retalho
para quem precisa de uma colcha. E só por isso me iludo.
Ter-te ao meu alcance é minha busca
Em poucas frases, carinhos e delícias.
É a minha forma de possuir
O que eu nem sei mais
Se quero de verdade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Gostou?! Comente!