POESIA DE METRÔ
Com um breve pulsar, eles trocaram olhares, como se fossem
velhos conhecidos. Ficaram por minutos falando um ao outro
pela linguagem dos olhos.
Quando ela se aproximou, ele sabia que tinha chegado a sua
estação. O trem parou, não restou mais nada a dizer, e lá estavam
os seus destinos apressados, mais uma vez.
A porta se abriu, ela sorriu como um fragmento do tempo
da partida. Ela olhou bem dentro de seus olhos e disse, com
uma profundeza sem palavras, “Eu te conheço, mas não sei
de onde. Já estivemos juntos”. Como um breve sonho poético.
Quando ele percebeu, ela já não estava mais ali presente.
Outras pessoas estavam a seu lado. E ele ficou mergulhado
em pensamentos. Pois quem seria essa pessoa que ele não
saberia descobrir quem era, que se apresentava como um
rosto em plena multidão? Em um minuto, eles conversaram
com os olhos.
(Poeta das almas)
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