A CAVERNA DA ALMA
Tudo aquilo que é muito esperado não vale o pouco que dura.
A surpresa é o arrebatamento da matéria que vem de fora,
como o mundo conhecido pela experiência do corpo
O que é esperado já foi vivido anteriormente como acontecimento interno,
antecipado, carregado de energia, que busca o inesperado
sentir, como um objeto que não existia e que passa, então, a tornar a existir.
Talvez esteja aí o significado do novo,
de não conhecermos o mundo,
de as coisas serem presentes apresentados.
Em quanto somos encontro.
Somos sujeitos que conhecem o desconhecido.
Existe um rio que passa dentro de uma caverna,
esse rio é a alma, que poucos veem
Essa caverna é o corpo,
que, das rochas, traz o coração.
Dos olhos, luz.
Do fogo, traz palavras
que permeiam as águas do esquecimento.
A caverna é lugar de contemplação que tornamos
temor e mistério.
É como se estivéssemos entrando em um mundo de que somos parte,
mas de que estamos separados.
Não existe tempo quando vivemos acontecimentos internos.
Assemelha-se ao pôr do sol, que está representado como
outro mundo lá fora, que nem sequer saímos da caverna
para vê-lo como um mundo apresentado todos os dias, sem
observador sentido.
Havia seres que faziam, das cavernas, lugares de abrigo.
Não se questionavam se haveria outro mundo por detrás de
pequenas fendas que mostravam o sol. Não tinham, ainda, a
ideia de que a natureza seria a manifestação do infinito, que,
de um mundo, haveria as portas para outros mundos.
Nunca sequer pensaríamos que, ao abrirmos as janelas,
veríamos um vasto mundo de um esplendor infinito. E nem
olhamos o céu, porque ainda não existia céu quando a alma
humana habitava, ainda, as cavernas.
(Poeta das almas)
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