O MITO
Há muitos e muitos anos,
em uma terra muito distante…
houve uma deusa bela e inebriante…
além de justa e generosa…
A ela, os homens ofereciam
orações e danças,
sacrifícios e cerimônias…
E a deusa os recompensava:
fertilizava os homens
e fecundava a terra.
Em perfeita simbiose,
assim a lenda escorre,
penetrando na realidade,
sendo como seus criadores: verdade!
Ela foi vindo mesmo sem viver
existiu sem mesmo ser
estar lhe bastou…
Ela se criou do ventre quente,
na noite ardente!
Nasceu…
E, envolta pela fogueira, a tribo dançou…
e a erva queimou...
Ela se fez, de um sonho, em um pesadelo,
na realidade do mundo que a criou…
Mas, sua existência foi comprometida,
uma outra se criou,
Pagão!
Seus seguidores a deixaram
Seguiram a razão…
Mas ela não os obrigou a ficar…
“Posso não concordar com o que vocês podem fazer,
mas defenderei até a morte seu direito de fazê-lo!”,
disse a deusa…
pouco antes de morrer…
Da morte,
sobrou, para o mundo,
a vida de outra deusa, obsoleta.
Se antes se fez o homem fértil,
a deusa, agora, torna o solo e a semente estéril…
E, da terra abandonada, o chão fez-se seco.
E, da terra usurpada,
o homem regressa.
Abandonado ao seu nada.
E, no devaneio do sono, a loucura desabrocha.
E a deusa morta jaz esquecida…
Não passa, agora, de folclore, rito, mito, lenda…
História…
Fruto de uma mente…
meramente…
perturbada…
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