CIDADÃO
Ao pôr do sol,
sobre um ritmo desenfreado, contando-se os passos,
segue-se, sem laços ou sobre qualquer tipo de olhar.
Paira sobre os edifícios o pensamento perdido daquele que, com as próprias mãos,
bateu a massa cinza, que se concretizaria dando um formato a um novo lugar.
Vendo projetos tão grandes, sonhados em horizontes distantes,
sobre projetos passados, em seus engenhos de aço, calejastes as mãos.
Levou de si o seu próprio sonho
para poder realizar o encontro entre o arranha-céu.
Perde o olhar no imaginar do tempo, em que tocar o céu era um desalento e, hoje, não passa de desenhos compostos de engenhos.
Passa a vida nessa estrada, o céu hoje não é quase nada.
E aquele que fez a grande obra nada tem na vida, agora, a
não ser o peso da idade.
E sem nenhuma vaidade, pois gastou todo o seu tempo
em muitas noites no relento; e, hoje, vendo pronta a sua
obra, não pode tomá-la para si
porque é um simples cidadão.
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