Horas
cruelmente a veia pulsa
e continua viva
para que eu não me esqueça das horas
que morri ao teu lado
as horas são pedaços de utopias já vencidas
letras vendidas nas esquinas
sonhos derrotados pelo avesso
do tempo sérvio a serviço de nada e de si mesmo
naturais esquecimentos
ondas sem marés onde me afogo
— hoje elas não passam como antes
são semblantes, só semblantes
vagos e fúteis como o que ficou
pra trás das mesmas horas demais
dos mesmos tempos passados
e do futuro
aliás,
é o que me espera...
e hoje pergunto-me às horas vivas o que fazer das
horas mortas
sem respostas...
cem respostas!
Lúcia Gönczy
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