Às vezes
Nas poucas vezes em que te arranco de dentro de mim
Eu canto a minha tristeza e não a sua felicidade.
Meus prantos não são seus, mas meus momentos sim.
Me liberto das delicadezas do sorriso traiçoeiro que me
embriagou
Entre as mãos sedutoras que depois de me fazer pão,
Tornaram-se ásperas, me arranhando entre gritos e fracassos.
E a solidão da qual sempre fugi, apareceu.
Fiquei com o ar poluído do seu cheiro. Enlouqueço!
Às vezes te arranco de dentro de mim e canto.
O problema é que não sei cantar e por isso te trago de novo.
Some a voz, o canto e a tristeza
Me sinto um pouco melhor.
Guardo nas entranhas a sua ignorância. Que é o meu desejo.
Como um fogo que me derrete lentamente não choro mais
Te dou um sorriso, leve, sereno e triste, mas é um sorriso.
Perco as horas, as noites, as pessoas
E você que nunca perco, me dilacera em ardor
Num amor que nunca quis existir
Senão nas minhas fantasias noturnas.
Desejo te arrancar de vez um dia, embora não saiba cantar.
Mas torço para que ele nunca chegue
E vivo por mim, quando te arranco de dentro de mim.
Luizinho Brito
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