O chão que ela pisa
Adorarei o chão que ela pisa e marca em selo o
caminho suave que leva à luz. Com passos incertos que me confundem a alma, hoje
submersa na saudade, herança de quem ama. Adorarei a brisa suave que lhe toca a
pele e que me traz de lugares distantes o perfume de quem amo. E as flores
sabem de quem falo, pois a primavera nasce nela, vive por ela e morre. Só para
poder mais tarde, por ela, nascer de novo. Adorarei o verde, o rosa, o amarelo,
o vermelho do meu sonho... Todas as cores que ela inventou com seu sorriso. E
ela tem trezentos e sessenta e cinco destes. Um sorriso para cada dia do ano. E
cada um com um jeito diferente de iluminar minha vida e a de todos os outros
que, porventura, tenham a chance ou quem sabe a grande sorte, de cruzar o seu
caminho. Adorarei o toque quente de suas mãos e de seus lábios quando,
ternamente me beijar as costas. E me mantiver sob seus pés como fera abatida, o
seu prêmio perfeito. Sentirei que a pertenço no exato momento de teu flerte e
sem a menor intenção de resistir, atenderei obediente, seus mais loucos
pedidos. Adorarei o som de sua voz como a doce melodia que embala a vida, com
ritmos nativos de civilizações desconhecidas. ”E este som, meu amor, só você e
eu ouvimos. E entendemos quando é que o desejo e a coisa desejada se tornam
apenas um”. Adorarei o dia que a leva e a noite que a traz. E que o breve
momento de amar jamais seja suficiente para saciar toda sede, toda fome e todo
frio. E que este momento seja para ela fonte de confiança e que indique o
caminho, para que nunca tenha dúvidas, não de onde, mas de o porquê voltar...
Adorarei os seus defeitos e perdoarei seus erros, para que saiba que a amo, não
como um sonho com seus prazeres platônicos, mas como a realidade, que muitas
vezes fria, toca a carne e o osso. E esperarei que ela também me ame. E que me
amando me entenda. E que me entendendo saiba, pois o meu amor é simplesmente
isto.
Walber Monteiro
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