O tempo escarra, em mim, todas as suas dores,
as horas e vantagens.
Ele, sabido que é,
foge e esquece a mobília dentro da caixa de perfume.
E, como se não bastasse,
consegue dormir.
Já eu, perante a minha inexistência,
cavalgo, arroto e urino lembranças.
E o cheiro forte
que vem da tua pele seca
talvez seja a única chance que tenho
antes que a noite tente suicídio.
Agradeço a essa lição,
aos passos monótonos e densos
e aos abraços que perdi
na tua boca.
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