Por favor, não mate a poesia!
E nem ache que suas inspirações são divinas
Escreva e entenda o sabor de cada palavra
E divulgue outras sementes imaturas.
Por favor, conheça outros poetas
Que escreveram com sangue e suor o seu tempo
Mas liberte-se do olhar frio da academia
E nem tare pelo bolor opaco das bibliotecas.
Por favor, não repita os mesmos erros
De racionalizar todo o sentimento vão
Materialize em versos o valor da mudança
E não crie raízes com contemplações burguesas.
Por favor, siga sua trilha libertária
Sem se abater com críticas de especialistas de chumbo
Não se finalize em nenhuma escola literária
E forje a cópula dos paradoxos e das contradições.
Por favor, arme a poesia!
Seqüestre-a do elitismo e da letargia
Faça dela parte de milhões de vozes
Sem nenhum risco de ser "panfletário".
Por favor, escreva também coisas belas
Misture o eufemismo com aliteração
Dê pitada de hipérboles amorosas
E traia as metáforas de madrugada.
Por favor, ESCREVA!
DIVULGUE! SOCIALIZE!
Cative a esperança com a mente aberta
E com punhos cerrados de amor e dor...
Éric Meireles de Andrade
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