O homem de cem almas
em um corpo
Fazer arte é seduzir os sentidos,
prendendo por segundos a imaginação num vôo imenso.
Quando eu retornava do mundo subterrâneo,
trazia as imaginações de dimensões mágicas latentes,
visões obtidas de um mundo incognoscível,
perdido num infinito, no reino de imaginações dilacerantes,
fantasmas significantes de paragens que talvez nunca
existiram,
a não ser que um dia se descobrisse na mente,
as produções de imagens no cinema da alma,
dilaceradora de sentimentos,
tão acompanhada do frescor das noites frias,
das alegrias das manhãs sentidas,
na sucessão do outro emanando ao seu mundo,
na translação das formas sensíveis compostas nos olhos
que estavam na superfície serena das aparências
das impressões de seres interiores,
contemplando a morte e a arte pela alvorada,
em paisagens desérticas, por viagens a mares desconhecidos
da razão por idéias invisíveis, além das máscaras sentimentais que escondiam a
fantasia das
[vaidades humanas,
das personalidades apegadas às suas imagens.
Em seus espíritos no impulso por reencontrar a terra
perdida,
a Terra do Nunca, para voltar a ser novamente crianças,
para sentir toda a dimensão mágica eternamente,
de olharem profundamente no espelho e não verem mais a si
mesmas,
perdidas no tempo que foram os outros eus sem saber
que eram os mesmos na busca da constituição da alma.
Fernando Henrique Sanches
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