Retrato de dezembro
Havia um homem alto entre as montanhas
Entre as pessoas e o jardim de formigas.
Um homem que ficou pra trás
Com as folhas e o silêncio dos abraços.
Uma pessoa que usa calças largas
E um terno cinza escuro, quando sobe a ladeira da
penteadeira velha
E as lembranças da aposentadoria.
Procura uma alegria qualquer
E que seja momentânea.
Pois as alegrias duradouras
Doem e se vestem de sangria.
E uma vez que se constrói
Ou se tece as noites com os dedos
Preferem tocar a flauta doce
Mas não acode o coração.
É no badalar rouco
Do sino triste de Floriano
Que vejo as misturas, os medos e os calçados
Calçados estes que são tristes
Assim, como as senhoras que conversam nas calçadas de
Floriano.
Francisco Hawlrysson de Sousa
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