Por que choramos
Eu choro todas as noites
Choro quando, em Atocha, um
espanhol é morto num trem
Ou quando, um menino palestino,
lança uma pedra pra dizer que não quer
Humilhação, subordinação,
exploração
Eu choro todas as noites, e me
recordo, das vezes sangrentas do Ira e da ira dos povos do Kosovo, kurdos, albaneses,
sérvios; maiorias e minorias que não querem
Humilhação, subordinação,
exploração
Eu choro todas as noites! Miro
minhas lágrimas pra longe do preconceito, mas não consigo tirar a bala da
agulha que quer costurar o negro nesse quilombo que não se nega à luta porque
também não quer…
Humilhação, subordinação,
exploração, mutilação, pregação, danação, azaração, esculhambação, um Bush
babão, meio Sharon canastrão e toda uma ONU sem ação.
Eu xingo, passeio na Paulista com
executivo e diarista
Dou até porrada, se assim o
descalabro provar necessário
Grito, replico, aviso, mobilizo.
E quando me canso me dou um sorriso
Pois é preciso ser. Não é
importante ter
E esse sou eu. E eu choro todas
as noites.
Guiberto Genestra
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