O Rio Doce
O Rio Doce,
Entrecortando montanhas
De cumes invisíveis pela serração,
Vai adoçar o mar capixaba.
O líquido salutífero,
Desce fazendo murmurinhos
Entre pedras lisas,
Polidas pelas lavadeiras serranas,
Cor de café com leite.
O trem segue sua margem,
Ruidoso,
Puxando vagões fúnebres
Com montanhas em pó,
Atravessando cidadelas desarmadas,
Sem resistências.
Trabalhadores mineiros
Com cheiro de aço,
Concertam trilhos
Que levam suas riquezas,
Pra longe.
Suor,
Sangue,
Dessa gente cor de café com leite.
Sidney Dias - O Mestiço (Outubro/2003)
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