Soneto de domingo
Não tarda mais dum instante
O bocejo no ar da boa noite
Embalado na música do açoite
Deitado em casulo variante.
Quisera ter deste fim apenas o
lume
Que brasa inofensivo no cume do
incenso
E ser em lembranças somente um pretenso
Jardineiro que no jardim seu
mundo resume.
Porém são maiores os dias no
calendário
Perfilam sentinelas com velas em
mãos
Iluminam sem dó tal qual dor de
cera em pingo
Personagem real antes que
imaginário,
Resumido ao nu dos noturnos
desvãos,
Entregue ao desuso de um ignóbil domingo.
Benito Vasques
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Gostou?! Comente!