Administrador de rebanhos
Ergo os ombros
e vou rente à luz com uma força
duvidosa
uma força do tamanho do meu último
outono
do tamanho do meu último desejo.
Ergo os braços
e vejo uma folha
que chora ao cair da árvore
que chora
enquanto a luz desliza
adentrando o quarto.
Ergo meus lábios
como os olhos sobre o véu
como um desastre
em seus irreparáveis benefícios
como um sono
no quarto do hospital.
Em todos esses momentos
sua franja mel
escondia no seu ventre
o nosso segredo
mais precioso um coral que
se forma nas semanas
e que resulta na tonalidade
mais noturna
e mais cativante.
Se ergo minhas pernas
ao te cantar
não se alegres
é que eu minto ao escrever esse
poema
é que eu minto quando o céu ta
cintilante.
Quando ergo meus dedos
molhados na geometria
dos pássaros
é aí que encontro
a questão mais importante
do cenário matinal:
são
as primitivas dores da palavras
que
encontro nos limites dos trópicos.
Francisco Hawlrysson de Sousa
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